Não é só Dilma Rousseff que tem que ficar preocupada com o novo status de Eduardo Cunha.
Michel Temer também tem que botar suas barbas de molho.
Pelo seguinte: Eduardo Cunha está eternamente em busca de mais poder e o novo salto agora é sobre o PMDB, que ele sempre quis presidir.
Enquanto for presidente da Câmara, é verdade, Cunha não poderá candidatar-se a presidir o PMDB – mas poderá, claro, botar alguém para bater chapa com Temer.
Na entrevista que deu ontem à Folha de S. Paulo, Cunha já falou em nome do PMDB, com o poder de presidente da Câmara. Sobretudo quando atacou o governo por estimular Gilberto Kassab a criar um partido para emagrecer o PMDB.
Michel Temer não será, porém, um opositor de Eduardo Cunha. Terá que negociar com o novo presidente da Câmara, mas sempre de olhos bem abertos para não ver Cunha tornar-se maior que ele próprio no partido.
Temer tem a seu favor alguns ministros. Isso conta na hora de acalmar os ânimos dos mais fisiológicos.
A eleição para a presidência do PMDB só se dará em 2016. Mas vale desde já prestar atenção nesta disputa, que ambos, de público, jurarão de pés juntos não existir.
Por Lauro Jardim
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