Na edição do Jornal Nacional exibida na última quarta (22), a Rede Globo assumiu que pode ter errado ao fazer uma edição do último debate entre Lula e Fernando Collor nas eleições de 1989.
O jornalista William Bonner comentou que um debate político não poderia ser editado como “um jogo de futebol, com os melhores momentos, que foi a ideia na época, é um risco enorme” e que “um debate entre candidatos é um confronto de ideias que precisa ser visto no todo”, disse. Bonner assumiu, ainda, que foram exibidas mais falas de Collor do que de Lula.
Essa seria a primeira eleição presidencial pelo voto direto depois de 29 anos de ditadura. Haviam 23 candidatos concorrendo ao posto no primeiro turno. Entre o primeiro e o segundo turno, foram realizados dois debates entre os candidatos Collor e Lula. O primeiro foi nos estúdios da TV Manchete, em 3 de dezembro. O segundo, no dia 14, ocorreu nos estúdios da Bandeirantes.
No dia seguinte à sua exibição ao vivo, a Rede Globo apresentou duas matérias com edições do último debate: uma no Jornal Hoje e outra no Jornal Nacional, edições essas questionadas por favorecer Collor.
Na época, o PT moveu uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), solicitando que novos trechos do debate fossem apresentados antes das eleições, como direito de resposta. O recurso, entretanto, foi negado.
A confissão de Boni
Em entrevista ao Dossiê News, José Bonifácio Sobrinho, o Boni, comenta sobre a noite do debate. Segundo o diretor, eles foram procurados pela assessoria do Collor. Boni comentou que achava que “a briga do Collor com o Lula nos debates estava desigual porque o Lula era o povo e o Collor era a autoridade. Então conseguimos […] colocar as pastas com supostas denuncias contra o Lula, mas as pastas estavam vazias, com papéis em branco”. Lembra Boni. A decisão teria sido tomada para melhorar a imagem do candidato junto ao telespectador.
Politica Hora 1 / Polêmica Pb
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