Em Pilar se conjuga dois verbos: FECHAR E PERDER - Por Alexandre Cunha

Josemar Ferreira

"Cantemos a nossa terra, que tanta beleza encerra, ela tem encantos mil..." Decidi começar este texto com o início da letra do hino da cidade de Pilar, município este que teve seus primórdios em fins do século XVII e que desfrutara de grande prestígio com a produção açucareira. A importância do açúcar para Pilar foi tão grande que a cidade teve a honra de ter em seu solo a visita do imperador D. Pedro II, o qual recebeu muitas homenagens.

Com um belo passado histórico, a melodia ainda fala que a cidade é conhecida até os confins, nos romances de Zé Lins. José Lins do Museu, do Sítio Corredor, José Lins do colégio, José Lins do Rego de Pilar, orgulho que estronda na história, que fez a cidade envolta por um passado de glória, em que nos lábios de todos os visitantes e ilustres cidadãos é tão curto o teu cantar, mas Pilar não tem hoje nada a comemorar.

Com certeza a alma de Dom Pedro deve está a observar a todo caos administrativo que circunda Pilar. "É esta a cidade em que fui acolhido, que recebi homenagens"? Deve está a se perguntar. Ou quem sabe o ilustre José Lins, que tem seu nome estampado em órgãos da cidade e está intimamente ligada a gênese da cidade. Pilar berço de José Lins, encravado nas entranhas, surgido da mesma placenta, deve estar deveras envergonhado com tanta desordem e falta de comprometimento de seus líderes políticos.

Líderes como Aguinaldo Ribeiro, Deputado Federal, ex-Ministro das Cidades, filho da então prefeita Virgínia Veloso, que em seus vários mandatos, um dos lemas era o seguinte: "PRA PLANTAR E PRA COLHER". Plantar quer dizer semear, cultivar; Pilar plantou, absorveu a política dos Veloso, aquilo que seria o melhor caminho para a cidade. Não foi!!!

Não foi, porque plantar também significa DEIXAR PARADO, MANTER-SE ESTACIONADO. Afinal, infelizmente grita aos nossos ouvidos, o que salta aos nossos olhos é que Pilar está parado, estacionado, vive na letargia e na inércia, sem desenvolvimento, sem progresso, sem gestão, sem políticos, sem representantes, sem prefeito.

Não foi, pois observamos a exposição de dois verbos, PLANTAR E COLHER, sim; realmente Pilar plantou. Plantou com amor, com carinho e está colhendo com indiferença, com vergonha, aliás a colheita nem chegou, haja vista as raízes do plantio terem secadas. 

Entretanto, hoje conjuga-se dois verbos na cidade que "Dom Pedro namorou", verbo que todos sabemos que exprime ação, estado e fenômeno, Fechar e Perder. Fechar quer dizer bloquear, encerrar. A maternidade que minha mãe deu a luz a um de seus filhos, eu, está de portas fechadas, bloqueadas mediante a falta de capacidade administrativa de uma gestão diminuta. Fechar quer dizer vedar, encerrar. O posto de PSF Enfermeira Eunice Izaura da Silva foi vedado, encerrou suas atividades e parou de atender à serventia, devido a falta de gestão eficiente e o comprometimento com a saúde dos Pilarenses.

E perder? Perder é simplesmente deixar de aproveitar ou de desfrutar de algo. Pois bem, Pilar perde uma das figuras emblemáticas da saúde do Vale da Paraíba, um exímio profissional, um servidor voltado para o serviço público, amante do que faz e competente no que executa, Josemar Ferreira, agora ex-secretário de saúde, entregou a pasta com a certeza do dever cumprido, com suas mãos limpas e consciência tranquila, questionando algumas ingerências contrárias a um melhor serviço de saúde, por isso, a razão de seu pedido de exoneração, que faz da cidade não aproveitar e desfrutar de sua capacidade técnica.

Um nome que denota Ação: trabalho, dedicação, competência; Estado: Desenvolvimento, progresso, capacidade; Fenômeno: ação integrada de todas as suas habilidades em prol da saúde de todos os Pilarenses que o reconhecem devido a um brilhante trabalho exercido.

Ontem, era pra Plantar e pra Colher, hoje Pilar conjuga, Fechar e Perder!!! Maternidade e posto de Psf fechados e uma gestão desastrosa direcionada pelos caminhos da política carcomida e insana. Pilar hoje, não tem progresso!!!

Mas o que ficou de radiante? O que ficou de belo? 

- O passado de glória e o hino que Antonio Costta compôs!!!

Política Hora 1

Redação