Brasília – “Quem chegou onde a gente chegou, não pode retroceder.
Quero dizer que estou preparando meu caminho para voltar a viajar pelo
meu país”, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na
abertura oficial da 5ª Marcha das Margaridas. “Eu quero ver se nossos
adversários estão dispostos a andar por este país e discutir este país
como ele precisa ser discutido”, disse.
Lula defendeu a presidenta Dilma Rousseff, pedindo para que ela não
seja julgada por uma crise econômica que ela não criou. “A crise não
começou no Brasil. Ela começou nos Estados Unidos e na Europa”,
explicou. “Algumas pessoas não perceberam que a eleição acabou dia 26 de
outubro e que a Dilma é presidenta deste país.”
O ex-presidente afirmou que os mesmos setores que querem “jogar a
responsabilidade das dificuldades atuais a presidenta Dilma” e que se
“agora se apresentam como solução, entregaram o país quebrado e devendo
dinheiro para o FMI”.
Sobre as ameaças de impeachment da presidenta, Lula definiu como
tentativa de dar como inacabda uma campanha eleitoral na qual os
adversários saíram derrotados. “Eles não perceberam que a eleição
acabou. Eles não saem do palanque”, disse Lula.
O ex-presidente reconheceu que o momento é difícil, mas lembrou que,
os que hoje pedem o impeachment da presidenta Dilma, são os mesmos que,
em 2005, falavam em retirá-lo do poder. Porém, tinham consciência de
que, para isto, teriam de enfrentar o povo. “Com Dilma não será
diferente. Tenho certeza que cada mulher que está aqui, que cada
brasileiro, com sua coragem, vai defender esse governo. Ninguém vai
barrar o processo democrático”, disse.
“Ousamos eleger uma mulher que aos 20 anos foi presa e torturada. Com a coragem das mulheres, ninguém ameaçará a democracia”
Lula criticou os movimentos de setores que tentam impor retrocessos
sociais, como a tentativa de redução da maioridade penal. “Como o Estado
pode cobrar de uma pessoa para a qual esse mesmo Estado não deu a
formação necessária.”
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, reafirmou dois
compromissos: a luta pela reforma agrária e levar políticas públicas
aos agricultores de todo país. “Estaremos juntos sempre para fazer do
Brasil uma pátria justa e solidária.” A ministra da secretária de
Mulheres, Eleonora Menicucci, reforçou: “Mulher nenhuma pode aceitar o
ódio de gênero, o ódio de quem não suporta uma mulher governando este
país”.
A coordenadora da Marcha, Alessandra Lunas, da Secretaria de Mulheres
da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag),
falou sobre a importância da construção da democracia participativa. “A
Marcha das Margaridas vai às ruas em defesa da democracia neste momento
crucial.”
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