FHC chamou professores de “coitados” e disse que quem não tem capacidade para virar pesquisador, vira professor. Eis que uma professora de Ouro Preto responde:
Senhor doutor Fernando Henrique Cardoso, boa noite.
Gostaria de expor para o senhor um importante ponto: eu OPTEI por ser professora (isso mesmo, foi uma opção). Não sou uma profissional frustrada, visto que eu gosto de lecionar. Claro que as condições mineiras não são boas para isso, mas não há como se calar o que é uma paixão – sim, paixão.
Eu poderia ter feito outras graduações, assim como os meus colegas professores e, mesmo assim, optamos por fazer licenciatura.
Se para o senhor o professor é um coitado, que não consegue produzir e apenas reproduz, fica aqui o meu maior repúdio. O maior que eu poderia demonstrar no momento. E digo que, por pessoas como o senhor, a cada vez menos pessoas ingressam em licenciaturas. Por pessoas como o senhor, e como o seu companheiro de partido, que governou o meu estado e deixou diversas cicatrizes nos âmbitos de trabalho estadual aqui, o incentivo é quase inexistente.
O desânimo é algo que também pode ultrapassar uma paixão, sabia?
Peço muito que os “coitados” não sejam extintos, pois um país sem professores não seria o melhor dos países.
Atenciosamente,
Bárbara Carneiro Filgueiras.
Professora de Língua Portuguesa.
Licenciada em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto e Professora de Língua Portuguesa
Polêmica Paraíba
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