Às vésperas da reunião dos governadores do Nordeste, Coutinho diz que Cunha “deve ao povo da Paraíba um pedido de desculpas”

Eduardo Cunha e Ricardo Coutinho

O governador da paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), voltou a repudiar nesta terça-feira, 14, as declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), de que houve omissão do Estado na OFERTA de segurança a sua comitiva durante a terceira edição do programa Câmara Itinerante, na sexta-feira passada. E disse que o parlamentar “deve um pedido de desculpas ao povo da Paraíba”.

Na ocasião, manifestantes protestaram nas galerias da Assembleia Legislativa do Estado, provocando interrupção da sessão. Em entrevista a vários veículos de imprensa local e nacional, Cunha responsabilizou o governador,  taxando-o de “omisso” na questão da segurança do evento.

Reunião Preparatória

As declarações de Ricardo Coutinho, feitas ontem durante o Programa ‘Fala Governador’, acontece justamente às véspera do Encontro de Governadores do Nordeste –que acontecerá hoje, das 8h às 14h, na Câmara dos Deputados (Auditório Nereu Ramos), quando os gestores nordestinos vão cobrar de Cunha e demais parlamentares a agilização na votação de propostas que tramitam no Poder Legislativo de interesse dos nove estados da região.

Hoje à noite, os governadores terão uma reunião no HOTEL Meliá, em Brasília, para afinar a pauta do debate de amanhã na Câmara dos Deputados, que é uma iniciativa da nova coordenação da Bancada do Nordeste, que tem a frente o deputado Júlio César (PSD-PI).

Protestos contra Cunha

O governador Ricardo Coutinho lembrou que em todos os estados onde Eduardo Cunha esteve aconteceram manifestações de protestos.

“O sr. Eduardo Cunha esteve em São Paulo, não conseguiu fazer o debate porque algumas pessoas e movimentos conseguiram protestaram. Mas não houve absolutamente nenhum ataque a qualquer autoridade constituída do Estado de S. Paulo por parte do presidente da Câmara. Foi ao Rio Grande do Sul, também foi alvo de protestos da população, mas também não se registrou nenhum ataque do presidente da Câmara contra qualquer autoridade, seja deputado, seja governador por conta dos protestos que aconteceram”, relembrou.

– Ele veio a Paraíba na sexta-feira passada, eu infelizmente não pude estar presente, e quando cheguei a Cajazeiras, recebi informações que tinha havia protesto. E no calor de uma declaração o presidente da Câmara tinha responsabilizado o governador do estado – não era o governo -, por uma suposta omissão da Polícia, porque na opinião dele deveriam ser reprimidas as pessoas que por ventura estavam protestando – repudiou Coutinho.

Estado não intervém na Assembleia

O gestor paraibano frisou que “protestos que há em qualquer canto. Protestos que eu sofro, por exemplo, por outros motivos. Protestos que qualquer pessoa que tem um cargo público neste País está passivo a sofre”.

Coutinho enfatizou, no entanto que “o território da Assembleia Legislativa deve ser guardado pelo Sistema de Segurança do Poder Legislativo. Nem na ditadura militar a polícia entrou na Assembleia”.

“Quando ele falou em omissão é um ataque, ao meu ver, não só a mim, mas a Paraíba, porque a vice-governadora estava lá presente, e a deputada Estela, que é inequívoca”.

Discussão partidarizada

Para o governador da Paraíba “uma discussão como esta não deveria ser partidarizada pelo deputado Eduardo Cunha”. Segundo ele “quem houve as suas declarações percebe claramente que é como se ele estivesse vindo para fazer isso”.

“Se ele está passando em todos os cantos e teve protesto, e ele não fez nada em canto nenhum, porque ele fez aqui? Porque ele tentou nacionalizar o debate?”, questionou o governador.

Por fim, Ricardo Coutinho disse que sabe das suas responsabilidades como gestor público e disse que o presidente da Cunha deve se desculpar com o povo da Paraíba.

“Sou o governador da Paraíba, tenho as minhas responsabilidades. Acho que o deputado Eduardo Cunha deve ao povo da Paraíba um pedido de desculpas, e da mesma forma deve um pedido de desculpa aos deputados. Porque não é possível você chegar a casa dos outros e não ter o devido cuidado e respeito e embarcar em qualquer conversa”, concluiu