Há 1 ano o PT usou na TV o “discurso do medo” para alavancar a reeleição de Dilma Rousseff. Foi em 13 de maio de 2014. Agora, 12 meses depois, quase na mesma data, o PSDB dá o troco: faz um comercial com linguagem semelhante e mostra eleitores desolados com os problemas pelos quais passa o país.
Ambos os filmes, do PT e do PSDB, usam o conhecido recurso de deixar pessoas com expressão de desalento sob uma chuva inclemente, como se estivessem desprotegidas. O cliché é manjado, mas eficaz muitas vezes quando se pretende “viralizar” uma ideia numa propaganda curta.
Muito criticado à época até por petistas, o comercial do PT apareceu na TV em maio de 2014. Teve o impacto desejado, ajudando na pré-campanha de Dilma Rousseff à reeleição. Foi produzido pela empresa Polis, do marqueteiro João Santana, com criação de Antonio Meirelles, Marcelo Kertész e do próprio João Santana. A direção da propaganda de 1 minuto foi de Henry Meziat, com fotografia de Franco Pinochi. A locução ficou para o ator Antonio Grassi, historicamente ligado ao petismo.
O filme do PSDB é mais curto. Tem 30 segundos. Será exibido amanhã, domingo, dia 10, e também nos dias 17 e 24 de maio. Passará 5 vezes por dia em todas as emissoras de TV nessas datas. No dia 19 de maio, uma terça-feira, os tucanos exibem o seu programa partidário semestral em rede de rádio e de TV, com 10 minutos de duração –e o comercial de 30 segundos com o discurso do medo contra o PT deve ser aproveitado.
A direção do filme do PSDB é do argentino Guillermo Raffo, que trabalhou na campanha presidencial do tucano Aécio Neves em 2014. Raffo tem também trabalhos prestados ao PT –em 2004, comandou a campanha vitoriosa do petista Fernando Pimentel à Prefeitura de Belo Horizonte.
O roteiro mostra uma família (pai, mãe e filha) sob chuva durante a noite. O narrador vai dizendo que as coisas estão piorando no país. Aí, subitamente, aparece uma mão na tela e arranca o guarda-chuva que protege os protagonistas do comercial.
Na narrativa pessedebista, a mão do “maldoso” que arrancou o guarda-chuva da família é uma alusão à mão do “governo” do PT que estaria desamparando os brasileiros. Aí entra o locutor da cena:
“Quando você mais precisa, o governo aumenta os impostos, a luz, os juros, a gasolina e quer cortar o seguro-desemprego… Quando você mais precisa, o governo quer que você pague a conta dos erros que ele cometeu”.
O comercial tucano termina com uma grande inscrição, toda em letras maiúsculas: “CHEGA”. E identificação da autoria da peça surge no final: “PSDB, oposição a favor do Brasil”.
Aqui, o comercial tucano postado na página do partido:
Política Hora 1
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