O Ministério da Saúde está investigando ocorrências de microcefalia na Paraíba e em outros estados do Nordeste. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (11) em uma coletiva de imprensa. De acordo com o ministro da saúde, Marcelo Castro, foi declarado estado de emergência em saúde pública por causa da situação. A Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande criou uma comissão para investigar diversos casos que já foram registrados no município.
Somente este ano, pelo menos, seis casos de bebês com microcefalia foram notificados em Campina Grande, sendo um no primeiro semestre e cinco agora no segundo semestre. Também já há a confirmação de mais seis bebês que devem nascer com a doença. Como o Ministério da Saúde informou que há a possibilidade de o aumento dos casos de microcefalia ter relação com o zika vírus, a secretária de Saúde de Campina Grande, Luzia Pinto, fez um alerta à população.
“A gente aproveita a oportunidade para alertar a população. Uma vez que o ministro anuncia que pode ter associação com zika vírus, então vamos fazer nosso dever de casa, na questão do combate ao mosquito aedes aegypti “, disse Luzia Pinto.
A microcefalia é uma anomalia que se caracteriza por um crânio de tamanho menor que o a média.O ministério foi acionado pela Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco, que observou o aumento drástico da anomalia nos últimos quatro meses. Foram identificados 141 casos em recém-nascidos em 44 municípios de Pernambuco este ano.
De acordo com o ministro, a média de casos para o estado era de 10 por ano, o que representa um aumento incomum. “Estamos de fato em uma situação inusitada em termos de saúde pública”, disse Castro. A situação tem sido acompanhada pelo Ministério desde o dia 22 de outubro. Em nota enviada à imprensa, o Minstério da Saúde informou que recebeu relatos dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte sobre o mesmo assunto. As suspeitas estão sendo investigadas e contam com o monitoramento de equipes do Ministério da Saúde. Estado de Emergência
Segundo o ministério, o estado de emergência em saúde pública garante que os serviços de saúde tratem a questão da microcefalia com prioridade. A investigação das possíveis causas do aumento vai ser feita em conjunto por equipes do Ministério da Saúde e dos governos estaduais e municipais.
O Ministério da Saúde também ativou, na terça-feira (10), o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES), em Brasília. Trata-se de um mecanismo de gestão de crise, que reúne as diversas áreas que podem concorrer para resposta a esse evento de forma que o assunto seja tratado como prioridade. A investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde.
Sobre a hipótese que tem sido discutida pela comunidade médica, de que o aumento de casos de microcefalia poderia estar relacionado a infecções por zika vírus – vírus que foi identificado pela primeira vez no país em abril deste ano – os representantes do ministério afirmaram que ainda é precipitado atribuir o evento a essa causa.
Entenda o que é a microcefalia Microcefalia é uma condição médica que se caracteriza por um crânio menor do que o tamanho médio, geralmente por causa de uma falha no desenvolvimento do cérebro. O problema pode estar associado a síndromes genéticas ou a outros fatores como abuso de álcool e drogas durante a gravidez ou a infecção da gestante por rubéola, catapora ou citomegalovirus.
Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 centímetros. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos infecciosos, como bactérias, vírus e radiação. Crianças que nascem com microcefalia podem ter o desenvolvimento cognitivo debilitado. Não há um tratamento definitivo capaz de fazer com que a cabeça cresça a um tamanho normal, mas há opções de tratamento capazes de diminuir o impacto associado com as deformidades.
Segundo o Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e AVC dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (Ninds-NIH), algumas crianças acometidas pela anomalia podem ter algun nivel de incapacitação. Outras podem se desenvolver de forma similar a outras crianças e ter inteligência normal.
Fonte: PB Agora
0 comentários:
Postar um comentário
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do Blog 'Política hora 1... !'